Kelly Komatsu Agopyan, doutoranda do Instituto de Relações Internacionais da USP, conta como tem encontrado equilíbrio em tempos de pandemia
Gostaria de compartilhar uma mensagem de apoio e solidariedade a todas minhas colegas e colegas de pós graduação e dizer que precisamos todas e todos ser gentis com nós mesmas/os nesse momento, e estar próximos uns dos outros/as (mesmo que virtualmente).
Estamos vivendo tempos de muita incerteza, ansiedade e tensão. A vida de pós graduação já é por si só muito difícil, com pressões por produtividade e uma exigência muito dura por auto-disciplina, sem contar os longos períodos de solidão durante os estudos.
Em tempos de pandemia, acredito que a realidade dos que compartilham comigo a vida de pesquisador/a tem sido ainda mais complexa. Há uma dificuldade imensa de concentração em casa, de adequação às tecnologias a distância - no meu caso, tanto como aluna pois ainda cumpro créditos, como enquanto professora, pois dou aula em um cursinho popular pré universitário na USP - e de pressão ainda maior por produtividade. E por mais que eu já tenha lido relatos e textos sobre o tema, nunca é demais reforçar que devemos, em primeiro lugar, nos cuidar e cuidar dos nossos, nesse momento.
Vamos ter dias de rendimento e bons estudos, e vamos ter dias menos produtivos, e tudo bem. Temos que nos respeitar, respeitar toda a carga mental que se acumula nesse momento.
Cuidem de sua saúde física e mental, retomem hobbies, meditem se conseguirem (aplicativos de meditação têm me ajudado muito nesse momento). Aproximem-se de colegas pós-graduandas/os, compartilhe suas angústias, mas também esperança, solidariedade e apoio. Amigas queridas que fiz ao longo da minha pós-graduação no IRI têm sido peça chave para que eu tenha conseguido passar por essa quarentena de uma forma mais leve.
Por fim, também acho importantíssimo ressaltar o papel das/dos funcionárias/os e professoras/es da USP, e mais especificamente do IRI, que muito têm se esforçado para se adaptar a essa nova forma de funcionamento on-line. Novos tempos virão e estar próximo de pessoas com quem podemos contar tornam o percurso incerto um pouco mais fácil.