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Saúde mental durante e após a pandemia.

Elisabete Bastos, nossa colega da Informática, faz uma análise de como esse isolamento está impactando em sua vida e, de quebra, conta como ganhou um casal de "amigos".


Olá, me chamo Elisabete e trabalho na área de informática do IRI. Dia 19.04 completei um mês de quarentena e tenho seguido as instruções governamentais à risco.


Eu e meu marido evitamos sair de casa o máximo possível. Saímos para ir ao mercado somente para comprar frutas, a cada 7 dias, sendo que algumas destas vezes compramos outros itens necessários que começam a faltar em casa.


Também tenho ficado com minha mãe, de 84 anos, a cada 15 dias (alterno o cuidado dela com minhas outras duas irmãs), que ainda se recupera de uma cirurgia da coluna, realizada em fevereiro.


Minha rotina se divide em ficar atenta às informações necessárias a serem divulgadas em nossa página do IRI, já que sou a responsável pela atualização frequente das informações relacionadas ao nosso Instituto e as tarefas domésticas, que devo confessar não acabam nunca. Creio até que o trabalho em home office, principalmente para as mulheres, acaba sendo uma fuga para a rotina de limpeza diária (lavar, passar, cozinhar, arrumar a casa ... é um loop constante). Nestes dias percebi que a paciência, que eu contava ter quando me aposentasse, não é mais a mesma. Eu adorava estudar e me debruçava a ler e devorar inúmeros livros, adorava fazer tricot, crochet (tenho teares e muitos livros de receitas que comprei, pensando em quando eu me aposentasse e tivesse tempo para exercer meus hobbys preferidos) e muitos outros trabalhos manuais mas, infelizmente, descobri que a idade pesa, mesmo que eu tenha vontade de ler, fazer tricot, crochet ou outros trabalhos manuais, a minha vista e a minha paciência já não são as mesmas. Ja não consigo me concentrar na leitura, pareço estar sempre em estado de alerta esperando algo que nem eu mesma sei explicar. O mesmo acontece com o crochet, já que temos ficar atentas na contagem de pontos e no formato do trabalho. Que saudades da minha mocidade! Eu era super ágil e minha concentração era perfeita e minha paciência infinita. Bons tempos!


Adorei ver o Prof. Arthur fazendo experiências, na cozinha, junto com sua esposa. Eu era mestre em fazer bolos, a turma do CCE-USP deve se lembrar ainda, fiz curso de dança, de mergulho, andei de asa delta, acreditem, essa era eu! Agora fico me perguntando, onde esse eu, meu, foi parar???


Minha mensagem é que todos façam tudo o que puderem, no presente, sem ficar contando com o futuro, pois o futuro NUNCA é como imaginamos. Aproveitem para curtir ao máximo sua família, seus avós, seus pais, seus irmãos, seus bichos de estimação, pois tudo é muito rápido e fugaz, já, já todos estarão nos sessenta (o tempo está andando rápido demais para mim) e espero que tenham aproveitado e feito tudo o que imaginaram e planejaram de modo a terem uma velhice plena e feliz. Essa certeza eu tenho, sou imensamente feliz e agradecida por ainda estar trabalhando, ter saúde, ter meus netos, muitos amigos especiais e me dar muito bem com meu marido, apesar da quarentena rsrsrs.


Aaaaah esqueci de dizer que fiquei amiga de um casal de passarinhos e todos os dias eles vêem até o muro para comer as migalhinhas de pão que deixo para eles, eles têm um ninho na árvore que fica no quintal do vizinho. Agora até estão aparecendo Bem-te-vis.


Enfim estou na torcida para que tudo isto passe mais rápido do que tudo anda passando, pois já estou com saudades de ver minha família reunida e meus velhos amigos. Que esta quarentena sirva para ajudar as pessoas a verem o mundo com olhos mais humanos e menos egoístas descobrindo o melhor que há dentro de si mesmas.

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